19659001 No primeiro dia de congresso da American Diabetes Association (ADA) 2023, um dos temas discutidos na sessão 19459003 ask the specialist foi o manejo de atletas e pacientes com DM1 que praticam atividade física. A medicina esportiva vem se desenvolvendo e cada vez mais vemos a possibilidade da inserção de indivíduos com diversas condições médicas crônicas dentro do mundo esportivo. 19659002 O diabetes (DM) pode ser uma situação particularmente desafiadora para o manejo, já que a resposta do metabolismo glicêmico ao exercício pode variar conforme o tipo (exercício resistido ou aeróbico), intensidade, estado alimentar (jejum ou pós prandial), nível de competitividade, pace de atividade, dentre outros. Ou seja: requer uma coordenação de diversos cuidados como o bom entendimento do que a modalidade praticada vai exigir e a condição em que o paciente se encontra. Por outro lado, o controle glicêmico pode afetar o desempenho do atleta, de forma aguda ou no momento da prática em si (como hipoglicemias, hiperglicemias graves e risco de cetoacidose) ou por meio de complicações crônicas, como retinopatia e neuropatia diabética. 19659003 ADA 2023 FISIOLOGIA, METABOLISMO E PADRÕES DE TREINAMENTOS Para iniciar a discussão sobre o tema, o Dr. Michael Riddel, PhD (York University) abordou conceitos gerais sobre o tema em atletas competitivos vivendo com DM1. Além dos desafios já mencionados, o Dr Riddel, que recentemente publicou uma revisão sobre o tema na Nature Endocrine Reviews, ressaltou aspectos da diferente fisiologia de atletas com DM1. Em primeiro lugar, atletas com DM1 apresentam níveis de insulina muito maiores que atletas sem insulina uma vez que sua administração é subcutânea. Além disso, apresentam também maior dificuldade para oxidação de carboidratos, menor estoque hepático e muscular de glicogênio (o que torna os pacientes particularmente suscetíveis a hipoglicemia após a atividade física), além de uma possível menor recuperação muscular que atletas ou pessoas sem DM. 19659007 Um ponto interessante é que em dias de treinamento e de competição se comportam de formas diferentes, com menor risco de hipoglicemia e maior risco de hiperglicemia, provavelmente relacionados ao maior estresse, liberação de hormônios contrarreguladores e também maior VO2 nesses dias de competição. No entanto, é essential que sobretudo em dias de competição os atletas estejam com seus níveis glicêmicos ainda mais adequados. Em outro estudo do grupo do Dr Riddel (publicado na revista Diabetologia em 2020), é sugerido que em dias de competição o atleta atinja níveis de time in variety próximos de 75%, às custas da redução de episódios de hipoglicemia para menos de 1%, com objetivo de segurança e manutenção da efficiency esportiva. Ainda, de acordo com o palestrante, exercícios que atingem uma VO2 máxima acima de 80% tendem a gerar elevação da glicemia, enquanto atividades com VO2 menor ou próxima de 70% podem levar a uma queda da glicemia. A VO2 deve ser considerada de forma conjunta com a insulinemia– em estado pós prandial, devido à aplicação da insulina da refeição, o efeito last observado pode ser a atenuação da hiperglicemia gerada pelo exercício resistido, enquanto que quando um exercício resistido é realizado em jejum, a tendência maior é de hiperglicemia devido aos níveis estáveis e basais de insulina, que não aumentam em resposta à hiperglicemia como acontece num indivíduo s Find out more