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Budesonida para tratamento da hepatite autoimune

ByRomeo Minalane

Jan 25, 2023
Budesonida para tratamento da hepatite autoimune

A hepatite autoimune (HAI) é uma doença hepática inflamatória crônica rara, caracterizada por elevação de aminotransaminases, hipergamaglobulinemia, autoanticorpos e achados histológicos típicos, como hepatite de user interface, formação de rosetas e emperipolese. O tratamento, classicamente, é realizado com azatioprina e prednisona. A budesonida é um corticoesteroide sintético com efeitos anti-inflamatórios e melhor perfil de segurança que a prednisona, uma vez que 90% da droga é eliminada em primeira passagem pelo fígado. Nesse sentido, seria, potencialmente, um excelente medicamento para tratamento da HAI. Díaz-González e colaboradores publicaram, recentemente, um estudo retrospectivo no qual analisaram três importantes aspectos da budesonida no tratamento de pacientes com HAI: 19659002 1) o uso de budesonida como droga de primeira linha em pacientes com HAI não-tratados; 19659003 2) a segurança e eficácia comparada a prednisona; 3) o perfil de pacientes mais que se beneficiariam da budesonida. 19659006 Mais um tratamento para hepatite B é incorporado ao SUS Metodologia 19659009 Estudo multicêntrico de coorte retrospectiva de pacientes diagnosticados com HAI em 21 centros de referência na Espanha participantes do ColHai (Registro Espanhol para Doenças Colestáticas e Autoimunes do Fígado). Os critérios de inclusão foram: 1) diagnóstico de HAI através do Escore Simplificado do Grupo Internacional de Hepatite Autoimune (pontuação ≥ 6), sempre incluindo biópsia hepática, 2) 18 anos de idade ou mais ao diagnóstico e 3) terapia de indução com prednisona ou budesonida associado a azatioprina. Foram excluídos pacientes com HAI aguda tomb. Os pacientes foram divididos em dois grupos, budesonida e prednisona. Resposta bioquímica foi definida por: completa normalização das transaminases séricas e da imunoglobulina G (IgG). Os respondedores rápidos foram definidos como pacientes que apresentaram diminuição de mais de 80% nas transaminases, 8 semanas após o início do tratamento. As dosages iniciais e acumuladas de budesonida, prednisona e azatioprina foram registradas. 19659011 O desfecho primário foi resposta bioquímica a qualquer pace, seis meses e 12 meses depois do início da terapia imunossupressora. O desfecho secundário foram os efeitos adversos relacionados a corticoterapia. 19659012 Resultados 19659014 19659015 Foram incluídos 151 pacientes no grupo budesonida e 446 no grupo prednisona entre 2009-2020, pareados por ano de diagnóstico. Foram excluídos pacientes com HAI aguda tomb e pacientes que não utilizaram azatioprina, restando 105 pacientes no grupo budesonida e 276 no grupo prednisona, os quais foram analisados. A maioria dos pacientes eram mulheres (n=268, 70%) com idade média de 61 anos. As dosages iniciais medianas de budesonida, prednisona e azatioprina foram de 9 mg (IQR 9– 9), 50 mg (IQR 30– 60) e 50 mg (IQR 50– 50), respectivamente, sem diferenças significativas nas dosages cumulativas de corticosteroides e azatioprina em 6 e 12 meses. Pacientes tratados com budesonida tinham níveis mais baixos de AST (128 vs 642 U/L), ALT (119 vs 160 U/L), bilirrubinas (1,0 vs 2,2 mg/dL), fosfatase alcalina (119 vs 160 U/L) e GGT (98 vs 176 U/L). A budesonida foi completamente retirada em 34 (32%) e 62 (59%) pacientes aos seis e 12 meses, respectivamente. Aos seis meses, 22 (65%) pacientes pararam de budesonida após ter atingido remissão bioquímica, 8 (24%) devido à falta de resposta, 1 (2%) devido a efeitos adversos e em 3 (9%) casos por decisão do paciente. Aos 12 meses, 43 (69%) pacientes interromperam a budesonida após remissão bioquímica, 12 (19%) por falta de resposta, 2 (3%) por eventos adversos e o restante casos (5%) por decisão do paciente. A prednisona foi retirada em 58 (21%) e 95 (34%) pacientes aos 6 e 12 meses de início do tratamento, respectivamente. Aos 6 meses, a prednisona foi descontinuada em 50 (86%) pacientes após alcançar remissão bioquími Learn more

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