O crupe é uma doença infecciosa aguda, muito relacionada à idade, que afeta principalmente crianças de 6 meses a 3 anos de idade. É o resultado de um processo inflamatório– bacteriano ou viral– do trato respiratório remarkable, mas que pode acometer também porções o trato respiratório inferior, podendo gerar quadros que variam de laringite a laringotraqueobronquite. 19659002 19659003 Vejamos os principais pontos a respeito da doença. Epidemiologia e etiologia 19659007 O desenvolvimento de crupe é um evento comum, com um caráter autolimitado e que normalmente não exige internação. Estima-se que 10 a 16% de todas as crianças apresentam pelo menos um episódio durante a vida, com 5% desenvolvendo crupe recorrente, caracterizado por 3 ou mais episódios, mas dados de países fora de regiões da América do Norte e Europa são muito escassos. 19659009 O pico de incidência ocorre durante o segundo ano de vida, principalmente entre as idades de 3 meses a 3 anos. Casos em crianças mais velhas já foram descritas e o quadro raramente é visto em adultos. Os padrões epidemiológicos refletem o padrão sazonal dos principais agentes etiológicos. A maior parte dos casos tem etiologia viral, com o vírus Parainfluenza 1 sendo o primary implicado, com estimativas de associação em 25 a 33% dos casos. O vírus Parainfluenza 3 é considerado o segundo mais frequente, sendo responsável por 6 a 10% dos casos. Outros vírus respiratórios também estão associados a quadros de crupe, embora com menor frequência, destacando-se vírus sincicial respiratório, Influenza A e B, adenovírus, rinovírus e enterovírus. Crianças com sarampo também podem desenvolver crupe como complicação. Ocasionalmente, infecções por Mycoplasma pneumoniae podem levar a quadros de crupe. Quadro clínico 19659017 A maioria das crianças apresenta um pródromo de sintomas respiratórios leves, como rinorreia, tosse seca e eventualmente febre baixa que podem anteceder os sintomas característicos em 12 a 48h. A primary manifestação de crupe, contudo, é o desenvolvimento de tosse e rouquidão, culminando em estridor respiratório, tipicamente noturno. O estridor pode ser acompanhado de retração muscular, principalmente nas áreas supraclavicular e supraesternal. A tosse é classicamente descrita como semelhante a um latido ou a som de foca. Taquipneia leve pode estar presente, mas normalmente é menos pronunciada do que em casos de bronquiolite. 19659018 Um subgrupo de crianças desenvolve um quadro conhecido como crupe espasmódico, caracterizado pela ausência de sintomas de pródromo e de febre. Os sintomas tipicamente se iniciam abruptamente à noite, com melhora durante o dia. As crianças com crupe espasmódico tendem a ter sintomas mais transitórios, mas que podem se tornar recorrentes. 19659020 Em casos mais tombs, a inflamação pode levar a quadros mais intensos de obstrução das vias aéreas. Crianças menores de 6 meses de idade, com estridor em repouso ou com alteração do nível de consciência e a presença de hipercapnia indicam risco para desenvolvimento de insuficiência respiratória. O desenvolvimento de hipóxia ocorre tardiamente, sendo considerado um sinal de doença avançada e falência respiratória iminente. Diversos escores clínicos foram desenvolvidos para avaliação e estratificação de casos de crupe e estridor. O escore de Westley, apresentado abaixo, é um dos mais utilizados e validados, podendo ser usado para classificação de gravidade. Escore de Westley 19659026 Sinais e sintomas 19659028 Pontuação Estridor 19659033 Ausente = 0 Com agitação = 1 19659036 Em repouso = 2 Retrações musculares 19659040 Ausente = 0 19659043 Leve = 1 19659044 Moderado = 2 19659047 Tomb = 3 19659049 Cianose 19659051 Ausente = 0 19659052 19659053 Com agitação = 4 Em repouso = 5 19659056 Nível de consciência 19659059 Regular = 0 19659060 Desorientado = 5 Entrada de ar 19659064 19659065 Regular = 0 Diminuída = 1 19659068 19659069 Acentuadamente diminuída = 2 19659070 19659071 Classificação de gravidade 19659072 19659073 Classificação 19659074 Sinais e sintomas 19659076 19659077 Pontuação no escore de Westley 19659078 Leve 19659080 19659081 Tosse ocasional, rouquidão, sem estridor em repouso, sem retrações ou retrações musculares leves 0– 2 19659084 19659085 Moderado Tosse frequente, estridor facilmente audível em repouso, retrações musculares em repouso, sem agitação 3– 5 Tomb 19659092 Tosse frequente, estridor inspiratório proeminente e, ocasionalmente, estridor expiratório, retrações musculares acentuadas, diminuição da entrada de ar, agitação significativa 19659095 6– 11 19659097 Insuficiência respiratória iminente 19659098 Tosse, estridor audível em repouso, retrações musculares da parede torácica, letargia ou diminuição do nível de consciência > 11 19659103 Diagnósticos diferenciais 19659106 O diagnóstico de crupe é clínico, baseado na anamnese e progressão do quadro clínico. Exames radiológicos são considerados desnecessários, mas podem ser utilizados na investigação de outros diagnósticos. 19659107 19659108 O principal diagnóstico diferencial é traqueíte e epiglotite bacterianas agudas, que podem ser doenças graves e rapidamente progressivas. As crianças acometidas costumam apresentar-se com aspecto toxêmico, com febre alta, podendo desenvolver disfagia, dispneia e escarro purulento. Tosse típica e rouquidão normalmente estão ausentes nesses casos. Na suspeita de doença bacteriana, é necessário que a criança seja adequadamente avaliada, uma vez que se configuram emergências pediátricas. Obstrução mecânica de vias aéreas, como em casos de aspiração de corpo estranho, injuries de vias aéreas superiores, edema angioneurótico e edema pulmonar em caso de obstrução de through aérea são outras condições que podem se apresentar com estridor e configuram possíveis diagnósticos diferenciais. 19659112 Tratamento 19659114 A maior parte dos indivíduos afetados se recupera em 3 a 4 dias, com melhora importante após 48 horas. Em alguns casos, entretanto, pode durar por até 14 dias. Necessidade de hospitalização e óbitos pela doença são infrequentes. 19659116 O objetivo principal do tratamento é manter a patência das vias aéreas e condutas específicas podem ser indicadas de acordo com a gravidade dos sintomas. Recomenda-se evitar a manipulação e realização de exames desnecessários, já que o choro pode aumentar a pressão torácica negativa e aumentar o colapso das vias aéreas extratorácicas e gerar um fluxo de ar turbulento, aumentando a resistência ao influxo de ar. A administração de dexametasona– VO ou IM– em dosage única se mostrou eficaz na redução de necessidade de hospitalização e na melhora dos sintomas em comparação com placebo. Resultados semelhantes foram encontrados com nebulização com budesonida em comparação com placebo. Não há evidências de benefício na associação de corticoides e nebulização com budesonida em comparação a uma ou outra terapia de forma isolada. 19659120 Em casos tombs, pode ser necessária administração de adrenalina por through inalatória, que tem efeito rápido sobre os sintomas de estridor e obstrução. As indicações para seu uso são principalmente crupe moderado ou tomb e crianças com procedimento ou manipulação prévias de through aérea remarkable. Tratamento de crupe Classificação Tratamento recomendado 19659128 Leve Dexametasona 0,15-0,3 mg/kg 19659132 Alta domiciliar 19659134 Moderado 19659136 Dexametasona 0,3-0,6 mg/kg 19659137 19659138 OU 19659139 Budesonida inalatória 2mg 19659141 19659142 Nebulização com l-epinefrina 0,5 ml/kg (dosage máxima de 5ml) 19659144 Observação por 3-4 horas e alta domiciliar ou admissão hospitalar Tomb 19659147 19659148 Dexametasona 0,6 mg/kg IM 19659150 Nebulização com l-epinefrina 0,5 ml/kg (dosage máxima de 5ml) 19659151 Admissão em unidade de terapia intensiva 19659154 Selecione o motivo: 19659155 Errado 19659156 Incompleto Desatualiza Learn more 19459038