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ESICM 2023: Lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica

ByRomeo Minalane

Oct 26, 2023
ESICM 2023: Lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica

Nesta sessão do ESICM 2023 19659003, moderada pelos professores Laurent Brochard e Giacomo Grasseli, o teacher Jean-Daniel Chiche conversou sobre a fisiopatologia e a prevenção da lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica com foco em lesão pulmonar autoinfligida pelo paciente. 19659005 19659006 Veja também: ESICM 2023: Fluidos na síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) 19659007 ESICM 2023: Sessão hot subjects ESICM 2023: Sessão hot subjects 19659009 Introdução 19659011 19659012 A lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica (VILI) pode ser definida como a piora da lesão pulmonar prévia ou uma nova lesão pulmonar resultante do uso inadequado da ventilação mecânica. 19659014 Quais são os principais tipos de lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica? 19659016 Volutrauma → Uso de volumes correntes elevados resultando em hiperdistensão alveolar. Barotrauma → Pressão alveolar excessiva resultando em complicações com pneumotórax. 19659021 19659022 Atelectrauma → Recrutamento e desrecrutamento cíclico das unidades alveolares durante o ciclo respiratório. 19659023 19659024 Biotrauma → Os mecanismos acima podem resultar na liberação de mediadores inflamatórios pulmonares provocam disfunção orgânica à distância ( 19459021 Cross-talk 19459022 entre pulmão e outros órgãos). 19659025 Além disso, dois conceitos importantes relacionados a VILI que são o de tension e stress 19459022 O tension reflete a pressão transpulmonar (Ptp), ou seja, a força aplicada ao alvéolo, enquanto o 19459021 pressure 19459022 representa a deformaçao alveolar (hiperdistensão) em relação à capacidade recurring funcional resultante da pressão transpulmonar. VILI ocorre se o tension e 19459021 pressure ultrapassarem o limite da capacidade elástica alveolar. 19659028 A estratégia ventilatória protetora consagrada nos pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) consiste em utilizar uma ventilação mecânica invasiva com volume corrente baixo (<< 6ml/kg de peso corpóreo predito), pressão de platô < < 30cmH 19659030 2 19659031 O, pressão de distensão (driving pressure) < < 15cmH 2 O e a menor FiO 2 19659035 necessária para atingir um alvo de saturação (>> 88-80%), de forma a minimizar a VILI. Além disso, a utilização de uma pressão expiratória last positiva (PEEP) adequada previne o atelectrauma. 19659036 19659038 Nos últimos anos, principalmente durante a pandemia de covid-19, muito se discutiu em relação aos riscos e benefícios de se permitir ventilação espontânea (contração diafragmática) durante a ventilação mecânica, nas fases iniciais da SDRA. 19659040 19659041 Benefícios da ventilação espontânea 19659042 19659044 Melhora da relação V/Q pela movimentação posterior diafragmática 19659045 19659046 Redução da atrofia diafragmática induzida pela ventilação mecânica Entretanto, se durante a ventilação espontânea, o paciente aumentar o esforço respiratório, pode ocorrer aumento da pressão transpulmonar (Ptp = Pressão Alveolar– Pressão Pleural) e consequentemente resultar em lesão pulmonar autoinfligida pelo paciente (P-SILI, do inglês 19659048 Client Self Inflected Lung Injury 19659049 agravando a lesão pulmonar prévia e piorando o desfecho do paciente. 19659050 Para entender esse conceito, devemos recordar que a contração diafragmática espontânea vigorosa reduz a pressão pleural a valores negativos, aumentando a Ptp. 19659052 19659053 Além disso, a P-SILI pode ocorrer em pacientes com suporte respiratório não invasivo, como cateter nasal de alto fluxo e ventilação não invasiva. 19659055 19659056 19659057 Quais são os mecanismos responsáveis pela P-SILI na ventilação espontânea? 19659058 19659059 Aumento da pressão transpulmonar pelo esforço respiratório. 19659061 19659062 Assincronia paciente-ventilador (Duplo disparo). 19659063 Pendelluft 19459022 → Movimento pendular (“roubo”) do ar das zonas não dependentes para zonas dependentes durante a inspiração associado ao aumento da Ptp basal resultando em recrutamento cíclico e maior inflamação local com hiperdistensão alveolar basal e colapso apical. 19659065 19659066 Pacientes com lesão pulmonar prévia são mais suscetíveis a P-SILI. Como identificar pacientes em ventilação espontânea com maior risco de P-SILI? 19659068 19659069 19659070 Aumento de esforço respiratório subjetivo à beira leito. 19659071 19659072 Monitorização do esforço respiratório com manobra de oclusão respiratória ( 19659073 Δ 19659074 Pocc 19659075, pelo cateter de pressão esofagiana para avaliação da pressão pleural e monitorização do drive pela monitorização do P 0.1 Presença das assincronias ventilatórias de duplo disparo. Aumento do volume corrente. Mensagens para prática 19659084 A ventilação espontânea em pacientes com ventilação mecânica invasiva pode ser benéfica por aumentar a contração diafragmática dorsal, melhorando a relação V/Q, além de reduzir o risco de disfunção diafragmática induzida pela ventilação mecânica. 19659086 Entretanto, o paciente em ventilação espontânea pode ter um risco aumentado de P 19659087– SILI por expor o paciente 19659089 com esforço respiratório significativo 19659090 à 19659091 elevada pressão transpulmonar (tension), 19659095 hiperdistensão alveolar ( 19659097 pressure 19659098, assincronias e 19659099 pendelluft 19659100 19659101 Em alguns pacientes 19659103, com esforço respiratório importante e risco significativo de P 19659105– 19659106 SILI, um breve período de bloqueador neuromuscular pode ser considerado 19659107 para minimizar seu risco. 19659109 Confira aqui todos os destaques do ESICM 2023! 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