A tuberculose é uma das principais doenças infectocontagiosas de importância médica no mundo, acometendo milhões de pessoas globalmente. O Brasil se encontra entre os 30 países do mundo que reúnem 87% da carga worldwide da doença, com uma incidência de 36,1 a cada 100 mil habitantes em 2020 e uma taxa de mortalidade de 2,2 a cada 100 mil habitantes em 2019. 19659002 No Brasil, as taxas de abandono de tratamento e de cura são de 12% e de 70,1%, respectivamente, menores do que as recomendações da Organização Mundial de Saúde, que seriam de uma taxa de cura de 85% ou mais e de uma taxa de abandono de tratamento menor do que 5%. 19659005 O abandono de tratamento tem consequências tanto para o indivíduo quanto para seus contatos, com infecção persistente, recorrência de doença, emergência de resistência de drogas e manutenção da cadeia de transmissão. Com isso, entender os motivos que levam a taxas de abandono tão elevadas é importante para estabelecer e aprimorar estratégias que visam à eliminação da doença. 19659006 Saiba mais: 19459009 Avaliação de tratamento curto para tuberculose sensível 19659008 Fatores associados com abandono de tratamento de tuberculose no Brasil Fatores associados com abandono de tratamento de tuberculose no Brasil 19659010 Métodos 19659011 Um grupo brasileiro realizou uma revisão sistemática que incluiu estudos que continham fatores de risco e os perfis socioeconômicos de pacientes adultos que abandonaram o tratamento de tuberculose pulmonar no Brasil. Foram incluídos estudos de caso-controle, coorte e ensaios clínicos. Estudos que utilizaram outras definições de abandono que não a do Ministério da Saúde– não comparecimento do paciente na unidade de saúde por 30 dias consecutivos depois da information esperada de retorno ou, para os casos de terapia diretamente observada (TDO), por 30 dias depois da última dosage supervisionada– foram excluídos. 19659015 Resultados 19659018 Após a remoção de duplicatas e avaliação de critérios de inclusão e exclusão, nove artigos foram incluídos na revisão sistemáticas, sendo sete coortes retrospectivas e dois coortes prospectivas. Os dados foram predominantemente secundários, derivados de bancos de dados como o SINAN e TB Web, no período de 2016 a 2021. Os estudos selecionados foram conduzidos na região Nordeste (dois em Sergipe e um na Paraíba), Sudeste (dois em São Paulo e dois no Rio de Janeiro), Sul (Santa Catarina) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul). 19659019 19659020 A idade mais comum dos participantes foi de 19 a 49 anos, sendo a maioria composta por homens. A maior parte dos participantes tinha menos de 8 anos de escolaridade, renda média de até três salários mínimos, coinfecção com HIV foi a primary comorbidade e apresentavam história de uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas. 19659021 Leia também: Tuberculose e suas abordagens diagnósticas 19659023 Conclusão: fatores de risco Os pesquisadores identificaram os seguintes fatores de risco associados com abandono de tratamento de tuberculose: sexo, raça/ etnia, idade, coinfecção pelo HIV, escolaridade < < oito anos, uso concomitante de álcool e drogas ilícitas e tratamento não supervisionado. Baixa escolaridade frequentemente indica vulnerabilidade socioeconômica e pode marcar uma dificuldade em entender a doença e seu tratamento. Outro fator socioeconômico encontrado como associado ao abandono foi e 19659028 Learn more 19459021
Fatores associados com abandono de tratamento de tuberculose no Brasil
