19659001 A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) está atualmente entre as três primeiras causas de morte no mundo, com uma prevalência worldwide estimada em aproximadamente 10%. 1 19459004 Aproximadamente 15% dos adultos têm DPOC no Brasil 19459006, de acordo com o estudo PLATINO. 2 19459004 O documento GOLD ( 19459007 International Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease traz informações diversas sobre a DPOC, com revisões anuais. E, no ano de 2023, sofreu algumas mudanças importantes que serão abordadas neste artigo. 19459003 3 19659002 O GOLD 2023 specify DPOC como uma condição pulmonar heterogênea caracterizada por sintomas respiratórios crônicos (dispneia, tosse, expectoração e/ou exacerbações) devido a anormalidades das vias aéreas (bronquite, bronquiolite) e/ou alvéolos (enfisema) que causam obstrução persistente, muitas vezes progressiva, do fluxo aéreo. A nova definição de exacerbação aguda passa a ser piora da dispneia, da tosse ou da expectoração, em menos de 14 dias, que pode ser acompanhada por taquicardia ou taquipneia, associada ao aumento da inflamação regional e sistêmica. 3 do ABCD para o ABE e impactos na terapia para o paciente A nova classificação 19659005 Após o diagnóstico da doença, a avaliação e classificação do paciente são fundamentais para direcionar o tratamento inicial. Previamente, o sistema de classificação adotado period o “ABCD”, no qual o paciente poderia enquadrar-se em quatro categorias, conforme a gravidade dos seus sintomas e a frequência de exacerbações. O GOLD 19459007 report 19459008 2023 altera essa classificação para o modelo “ABE”, valorizando ainda mais a ocorrência de exacerbações. 19459003 3 19659006 Figura 1. Porcentagem de VEF1 estimado (adaptado do GOLD Report 2023). A classificação passa por 19459005 dois passos em formato mais simplificado. O primeiro, deve-se avaliar a obstrução, que precisa ser feita através do valor em % do Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF 19459017 1 19459018 na prova pós-broncodilatadora. 19659008 Logo design após a classificação espirométrica para avaliar o grau de obstrução, deve-se classificar o paciente de acordo com sintomas e exacerbações, que será utilizada para indicar o tipo de tratamento inicial para o paciente. 19459003 3 Deve-se questionar o paciente sobre histórico de exacerbações e internações nos últimos 12 meses, além de sintomas relacionados à DPOC. Em pacientes com dispneia para caminhar no plano ou mais dispneico que isso (mMRC maior ou igual 2), classificamos como “sintomáticos”. Em pacientes que não apresentam dispneia ou que apresentam dispneia somente aos grandes esforços, classificamos como “pouco sintomáticos”. 3 19659010 Os pacientes que apresentaram 2 ou mais exacerbações 19459006 nos últimos 12 meses ou que foram internados, são considerados exacerbadores, e os que não preenchem esses critérios, são considerados não exacerbadores. 19459003 3 Essa 19459005 mudança na classificação 19459006 que o 19459005 GOLD 2023 trouxe, em transformar os pacientes GOLD C e D nos pacientes GOLD E (E de exacerbação) , mostrou ainda mais a importância da exacerbação na DPOC, independente dos sintomas. 19459003 3 As escalas de sintomas utilizadas são o 19459007 customized Medical Research Council 19459008 (mMRC) ou COPD Assessment Test 19459008 (CAT). 19459003 3 19659013 Figura 2. Teste de Avaliação da DPOC (CAT) (adaptado de Silva, GPF. et al. 2013). 19659014 O grupo A representa os pacientes pouco sintomáticos, com o mMRC < < 2 ou CAT < < 10, e não exacerbadores. O grupo B é aquele com mais sintomas, mMRC > 19459023 2 ou CAT > 19459023 10, porém também não exacerbador. Por fim, o grupo E engloba aqueles com duas ou mais exacerbações moderadas no último ano ou ao menos uma que tenha culminado em internação hospitalar, independente de seus sintomas. 3 Resumidamente, o histórico de exacerbações e avaliação de sintomas se correlacionam conforme o esquema a seguir: Figura 3. 19459006 Classificação da DPOC de acordo com sintomas e exacerbações (adaptado do GOLD Report 2023). 19659017 A escolha do tratamento inicial 19659018 O tratamento de qualquer paciente com DPOC começa com medidas não farmacológicas, como atividade física para todos os pacientes, reabilitação pulmonar para os GOLD B e E, cessação de tabagismo, oxigenoterapia, principalmente para os pacientes com PaO 19459017 2 menor que 55 e ou SaO 19459017 2 menor que 88% na gasometria arterial e vacinas. 19459003 3 19659019 O documento atual trouxe recomendações sobre vacinação nos pacientes estáveis com objetivo de diminuir episódios de exacerbações e até mesmo redução da incidência de pneumonia comunitária no caso da vacina pneumocócica. As principais recomendações, baseadas na recomendação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), para os pacientes com DPOC são: 19459003 3 19659020 A vacinação contra a gripe; 19659021 A OMS e o CDC recomendam a vacinação contra o SARS-CoV-2; 19659022 O CDC recomenda uma dosage da vacina pneumocócica conjugada 20-valente (PCV20); ou uma dosage de vacina pneumocócica conjugada 15-valente (PCV15) seguida de vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (PPSV23); 19659023 O CDC recomenda a vacinação Tdap (dTaP/dTPa) para proteger contra pertussis (coquel 19659024 Find out more 19459036