Nos países industrializados, o câncer de endométrio (CE) representa a malignidade mais comum do trato reprodutivo feminino. Segundo a FEBRASGO, a incidência deste câncer vem crescendo nos últimos anos em países em desenvolvimento, como o Brasil. E com o aumento da expectativa de vida da população feminina, aumentou o grupo de risco para cancer do endométrio, formado por mulheres na pós-menopausa. A lesão precursora do adenocarcinoma endometrioide do endométrio, que compreende a maioria dos CEs, é a hiper plasia endometrial (HE).
A HE é uma proliferação anormal e não invasiva do revestimento endometrial do útero e é associada a um risco significativo de CE ou progressão para EC. Os principais sintomas da HE são distúrbios hemorrágicos em mulheres na pré-menopausa e sangramento em mulheres na pós-menopausa. O mais importante fator de risco é a exposição crônica ao estrogênio sem oposição.
Em 2022 foi publicado um artigo na revista Gynecologic Oncology com objetivo de resumir a base de evidências sobre fatores de risco e manejo da hiperplasia endometrial.
Métodos
Os autores pesquisaram as seguintes bases de dados: PubMed e registros na Cochrane Controlled Trials Além disso, realizaram uma busca sistemática na literatura das bases de dados PubMed e Cochrane Controlled Trials para estudos que analisaram a eficácia do tratamento com progesterona em mulheres com HE.
Histopatologicamente, a HE pode ser classificada em hiperplasia endometrial sem atipia (HE benigno) e HE atípico/ neoplasia intraepitelial endometrial (NIE). Faixas de manejo clínico desde a vigilância ou terapia com progesterona até a histerectomia, dependendo do risco de progressão para ou concomitante CE e o desejo da paciente de preservar a fertilidade. Múltiplos estudos apoiam a eficácia das progesteronas no tratamento de doenças benignas e HE atípico.
Resultados
De acordo com os autores, os dados disponíveis de estudos individuais e as metanálises mostram claramente que as progesteronas, são um tratamento seguro e muito eficaz em pacientes com hiperplasia endometrial sem atipias. Nessas pacientes, as progesteronas orais atingem taxas de regressão de cerca de 85% e o DIU-LNG atinge taxas de regressão de até 100%. Em contraste, a eficácia de progesteronas é significativamente menor em pacientes com HE atípica ou CE G1. Nessas pacientes, as taxas de regressão estão entre 70 e 85% e as taxas de recorrência são altas próximas de 40%.
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Conclusões
O tratamento com o DIU-LNG parece ser mais eficaz do que as progesteronas orais em pacientes com HE atípica ou CE G1. Além disso, é notavelmente relevante que o tratamento endócrino de doenças atípicas carrega um risco clinicamente relevante de mortalidade, que pode ser estimado como 1 em200 Portanto, pacientes com HE atípico ou CE G1 tentando tratamento com progesteronas devem estar cientes das baixas taxas de nascidos vivos, do alto risco de recorrência e da mortalidade associada a esse tipo de tratamento.
Mensagem prática
Portanto, segundo os pesquisadores, o padrão de assistência para pacientes com hiperplasia endometrial ou CE G1 permanece histerectomia overall.
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