A prevalência de fibrilação atrial (FA) e de insuficiência cardíaca (IC) vêm crescendo no mundo inteiro, provavelmente decorrente do aumento da expectativa de vida. Sabemos também que as duas condições coexistem em até 50% dos casos e que essa coexistência está associada a pior prognóstico. 19659002 display apresentando eletrocardiograma com fibrilação atrial 19659004 Fatores de risco para FA 19659005 19659006 Os principais são: idade avançada, doença coronariana, tabagismo, sedentarismo, obesidade, doença kidney crônica, hipertensão, apneia do sono, diabetes e insuficiência cardíaca. 19659008 A insuficiência cardíaca não só é fator de risco como está associada a maior risco de AVC nos pacientes que desenvolvem FA. Fisiopatologia de FA nos pacientes com IC 19659011 19659012 A IC pode predispor o surgimento de FA por múltiplos mecanismos, como: 19659013 — Pressão cronicamente elevada no átrio esquerdo -> > fibrose/cicatriz -> > velocidade de condução reduzida -> > mecanismo de reentrada e perpetuação da arritmia; 19659015 — Pressão cronicamente elevada no AE -> > alterações nos miócitos próximos às veias pulmonares -> > desenvolvimento de FA; 19659017 19659018 Fisiopatologia da IC nos pacientes com FA Fibrilação atrial pode ser causa de insuficiência cardíaca (taquicardiomiopatia). Nesses casos, a disfunção ventricular pode melhorar após a resolução da taquiarritmia. A FA também pode predispor o desenvolvimento de IC por outros mecanismos, como: 19659022 — Redução de débito cardíaco -> > elevação das pressões intracardíacas; 19659025– Dilatação do átrio esquerdo -> > Regurgitação mitral funcional; 19659026 — Dilatação atrial e fibrose ventricular -> > Insuficiência cardíaca de fração ejeção preservada (ICFEP). 19659029 Implicações prognósticas 19659030 19659031 Pacientes com IC e FA secundária são mais sintomáticos e também internam mais. Essa associação também está associada a aumento de mortalidade– alguns estudos sugerem que só nos pacientes com fração de ejeção reduzida, outros sugerem que em todos os espectros de IC. Prevenção de FA 19659036 19659037 BRA/Ieca 19659038 Análises secundárias de estudos sobre IC, como SOLVD, CHARM e ValHeFT, mostraram que pacientes em uso de uma dessas classes têm menos possibilities de desenvolver FA. 19659040 Inibidor neprisilina e receptor angiotensina Uma metanálise recente não mostrou redução na incidência de FA em pacientes que usavam sacubitril/valsartana em comparação aos que usavam apenas valsartana. 19659043 Os pacientes do estudo PARAGON-HF que foram randomizados para o grupo sacubitril/valsartana também não tiveram menos FA. 19659044 19659045 Estudos menores, entretanto, sugerem que os inibidores de neprilisina podem promover remodelamento reverso do átrio nos pacientes com FA. 19659047 Betabloqueadores Primeira linha para controle de frequência na FA pelo seu efeito cronotrópico negativo. Os betabloqueadores previnem FA por inúmeros outros mecanismos, como pelo remodelamento positivo, diminuição na pressão do átrio esquerdo, redução do tônus simpático, prevenção de isquemia atrial e fibrose. 19659050 Não se sabe se esses benefícios se aplicam aos pacientes com fração de ejeção preservada (ICFEP) e levemente reduzida. 19659051 Antagonista receptor mineralocorticoide Análise secundária do estudo EMPHASIS-HF mostrou redução significativa na incidência de FA no grupo eplerenone, em comparação ao grupo placebo. 19659054 19659055 Nos pacientes com ICFEP, a espironolactona não reduziu incidência de FA no estudo TOPCAT. Em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 e doença kidney crônica, a finerenona mostrou potencial para reduzir a incidência de FA e insuficiência cardíaca. 19659058 19659059 Inibidor do cotransportador sódio-glicose 19659060 Os dados ainda são controversos. No estudo DECLARE-TIMI 58, a incidência de FA e flutter foi menor no grupo dapagliflozina, mas esse resultado não foi reproduzido no estudo DAPA-HF. No EMPEROR-preserved, a empagliflozina também não reduziu a frequência de FA. 19659061 E o controle de ritmo? 19659063 19659064 As evidências mostram que o controle do ritmo está associado à redução na mortalidade e morbidade nos pacientes com FA (estudos CABANA, CASTLE-AF). Esse benefício se mantém nos pacientes que têm insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER). 19659065 19659066 O estudo CABA-HFPEF Find out more 19459021