As síndromes hipertensivas na gravidez são complicações prevalentes, atingindo de 1% a 35% de gestantes no mundo. Além da alta prevalência, apresenta alta morbidade e mortalidade. Uma revisão sistemática e metanálise publicada neste mês de julho de 2022 reforça informações sobre o uso de fármacos na prevenção de síndromes hipertensivas na gravidez.
A grande maioria dos guidelines internacionais sugerem que a estratificação de risco para esse grupo de comorbidades seja feita baseada em dados clínicos e demográficos (fatores de risco), apesar de alguns trabalhos mostrarem uma boa performance de algoritmos que incluem estudo ultrassonográfico e dosagem de marcadores séricos. Algoritmos esses de maior custo e difícil implementação em muitas partes attain mundo.
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São considerados fatores de risco para pré-eclâmpsia (PE), pelo Nationwide Institute for Health and Care Excellence (NICE) e pelo American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee, gestantes com história prévia de hipertensão, doenças renais crônicas, doenças autoimunes, diabetes mellitus, hipertensão arterial crônica, nuliparidade, idade materna avançada, obesidade, multiparidade e história familiar de PE.
E essas gestantes são candidatas ao uso de fármacos para prevenção de PE. Alguns guidelines, como o próprio NICE e US Preventive Services Process Power, recomendam apenas aspirina para profilaxia de PE e não outras medicações.
O objetivo desse estudo foi determinar sua efetividade e estabelecer um rating de medicações disponíveis para prevenção de desordens hipertensivas na gravidez.
Metodologia
Essa revisão incluiu ensaios clínicos randomizados que avaliaram o uso de agentes farmacológicos na profilaxia de hipertensão arterial em gestantes. Os agentes farmacológicos avaliados foram: antiagregantes plaquetários, cálcio, óxido nítrico, antioxidantes e anticoagulantes.
Os desfechos primários foram o diagnóstico de pré-eclâmpsia (PE), hipertensão arterial gestacional (HAG) e hipertensão arterial crônica (HAC) com PE sobreposta.
Resultados
Esta metanálise incluiu 83 estudos, envolvendo 93.864 mulheres attain mundo todo. Três medicamentos, sozinhos ou em combinação, mostraram eficácia na prevenção de PE em gestantes de alto risco quando comparados com placebo ou nenhum tratamento: antiagregantes plaquetários com cálcio (RR 0,19, IC 95% 0,04 a 0,86; 1 estudo; baixa evidência de qualidade), cálcio (RR 0,61, IC 95% 0,47 a 0,80; 13 estudos; evidência de qualidade moderada), antiagregantes plaquetários (RR 0,69, IC 95% 0,57 a 0,82; 31 estudos; evidência de qualidade moderada) e antioxidantes ( RR 0,77, IC 95% 0,63 a 0,93; 25 estudos; evidência de qualidade moderada). O cálcio mostrou eficácia também na profilaxia de HAG (RR 0,89, IC 95% 0,84 a 0,95; 8 estudos; evidência de alta qualidade) em mulheres nulíparas/primíparas. Poucos estudos incluídos para o desfecho de pré-eclâmpsia sobreposta foram encontrados.
As doses de agentes antiplaquetários usados nos estudos variaram de 50 a 150 mg diários de aspirina ou 300 mg de dipiridamol. A maioria dos antioxidantes utilizados foi uma combinação diária de 1000 mg de vitamina C mais 200-400 mg de vitamina E.
Conclusões
Os autores concluíram que antiagregantes plaquetários, cálcio e suas combinações foram os medicamentos mais eficazes na prevenção de distúrbios hipertensivos em gestantes de alto risco quando comparados com placebo ou nenhum tratamento; quaisquer características de alto risco para as mulheres são importantes para decidir a implementaçã