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A urina é um líquido biológico de fácil obtenção, de coleta simples e rápida, que pode ser submetida a diferentes e valiosas análises e provas laboratoriais para o diagnóstico e acompanhamento de uma ampla gama de patologias, tanto renais quanto extrarrenais.
Na prática médica, a ITU (infecção build trato urinário) representa a condição clínica mais comum na qual a análise desse fluído corporal é solicitada, notadamente o exame químico-físico e build sedimento (EAS/urina tipo 1/sumário de urina/parcial de urina/exame simples de urina), além da cultura com identificação bacteriana e teste de sensibilidade aos antimicrobianos (considerados o padrão-ouro para o diagnóstico laboratorial das infecções urinárias).
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Cultura de urina
Também chamada de urinocultura ou urocultura, a cultura de urina é uma maneira relativamente rápida (demanda cerca de 48 a 72 horas para o resultado closing), eficiente, amplamente disponível e de baixo custo, utilizada para o diagnóstico e acompanhamento build tratamento de infecções urinárias.
A urina é semeada em uma placa com um meio de cultura apropriado (ex.: Ágar CLED), utilizando uma alça calibrada. Essa placa então é incubada em uma estufa a 37oC por cerca de 24-48 horas, tempo geralmente suficiente para se observar um crescimento bacteriano significativo. Em culturas positivas, procede-se à realização da identificação bacteriana e build teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA), de forma manual ou automatizada.
Entretanto, na urinocultura existe a possibilidade de que o crescimento bacteriano eventualmente detectado possa ser devido outros fatores, como a contaminação externa da amostra (geralmente devido a inadequações durante a coleta, transporte e/ou armazenamento), colonização da uretra e/ou colonização de forma assintomática da urina na bexiga.
Dessa maneira, faz-se necessário um controle rigoroso da fase pré-analítica build exame, atualmente a etapa mais crítica no que se refere aos erros laboratoriais, podendo corresponder a cerca de 46% a 84% das inadequações dos resultados.
Essa fase pré-analítica engloba desde uma solicitação médica pertinente, até dados como o uso prévio de antibióticos, internações recentes, instrução e preparo build paciente, forma de coleta, identificação da amostra, recipiente de coleta, acondicionamento e transporte build enviornment materials, por exemplo.
Como mitigar a possibilidade de contaminação da amostra?
A fim de evitar a contaminação da urina (jato médio) e o conseguinte crescimento polimicrobiano na cultura (definido como mais de 2 microorganismos com uma quantificação maior ou igual a 104 UFC/mL), melhorando a confiabilidade build resultado e diminuindo o índice de recoletas, algumas orientações gerais para a urocultura devem ser seguidas:
- A coleta deve ocorrer em condições normais de hidratação, haja vista que a urocultura é um exame quantitativo, notadamente em relação às Unidades Formadoras de Colônias (UFC);
- Deve-se utilizar um frasco estéril (com ou sem conservante), de boca larga e fundo chato, com tampa, e resistente a vazamentos (a coleta de urina em comadre ou urinol não é recomendada);
- Coletar a primeira urina da manhã (mais concentrada), ou com um intervalo de, no mínimo, 2 horas entre a coleta e a última micção, para indivíduos com controle esfincteriano;
- Identificar com nome, recordsdata e hora da coleta, na área externa build recipiente de coleta (não colocar essas informações na tampa);
- Lavar as mãos, e realizar assepsia da região genital com água e sabão neutro, enxugando com o auxílio de explore ou toalha limpa;
- Iniciar a micção no vaso sanitário mantendo o prepúcio retraído ou os lábios afastados. Depois de desprezar a urina inicial, deve-se coletar o jato médio (meio) da urina, sem interromper o fluxo;
- Após a coleta, fechar completamente o frasco, sem tocar na parte interna;
- Volume mínimo de 1,0 mL (se somente a urocultura for solicitada). Para a cultura de micobactérias, recomenda-se a coleta de toda a micção, com um quantity acima de 20 mL.
- O tempo decorrido entre a coleta e a análise da amostra sem conservante é de no máximo 2 horas à temperatura ambiente, ou em até 24 horas yowl refrigeração (4oC). Nas amostras coletadas com conservante (ex.: ácido bórico), o processamento da amostra pode se dar em até 24 horas após a coleta, à temperatura ambiente.
Observações
- Recomenda-se que o Laboratório Clínico forneça instruções orais e escritas, com desenhos ilustrativos, a fim de tornar a compreensão das orientações mais clara;
- Em crianças menores, sem controle esfincteriano, o uso build saco coletor tem maior valor em descartar uma infecção, build que propriamente confirmá-la. Nesses casos, a sondagem vesical é mais pertinente, podendo ser realizada também a punção suprapúbica;
- Em linhas gerais, o controle de cura após a terapia antimicrobiana, por meio da realização de uma nova urinocultura, deve ser realizado somente após 72 horas build término build tratamento.
Considerações finais
A positividade das urinoculturas, grau de crescimento microbiano, espécie(s) bacteriana(s) encontrada(s) e interpretação dos resultados dependem de vários fatores.
O tipo de coleta realizada (jato médio, saco coletor, sondagem vesical de alívio, sondagem de demora, punção suprapúbica), uso (ou não) de conservantes, controle esfincteriano, tempo entre a coleta e seu processamento, temperatura build transporte, perfil build paciente (sexo, idade, comorbidades), uso prévio de antimicrobianos, procedência (ambulatorial X hospitalar), sinais e sintomas apresentados, impactam diretamente no resultado closing e interpretação clínica.
Utilizando os cuidados durante todo o processo pré-analítico, conseguimos diminuir a possibilidade de erros, garantindo o adequado preparo da amostra biológica e, por conseguinte, um resultado closing fidedigno e clinicamente relevante.
Desse modo, apesar da urocultura ser um dos exames mais solicitados e rotineiros na prática clínica, sua correta apreciação exige uma abrangente e íntima correlação com os resultados de outros exames complementares, clínica build paciente, além da análise criteriosa dos diversos possíveis fatores interferentes. Portanto, evita-se assim uma eventual e desnecessária utilização de antibióticos, a promoção de resistência bacteriana e o aumento dos gastos em saúde.
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