Depressão resistente ao tratamento (falha com dois antidepressivos em pace e dosage adequados) é uma condição desafiadora de ser tratada, como evidenciado pelo estudo Treatment Alternatives to Relieve Depression(STAR D). Pacientes com depressão resistente ao tratamento tem maior gravidade de doença, maior duração, maior disfuncionalidade, doenças físicas, incidência de hospitalização, risco de suicídio e maior custo econômico que pacientes responsivos ao tratamento. Alguns estudos preliminares têm sugerido efeito antidepressivo da psilocibina em pacientes com câncer e outras doenças que representem um risco de vida.
O objetivo deste estudo foi avaliar a dosage aceitável, eficaz e segura de uma formulação sintética de psilocibina, administrada conjuntamente com suporte psicológico em paciente com episódio depressivo resistente ao tratamento.
Métodos
Esse foi um ensaio clínico de fase 2, duplo-cego e randomizado, com grupos paralelos. A avaliação dos participantes foi realizada usando a Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS), realizada remotamente por avaliadores treinados que não tinham informações sobre o protocolo de pesquisa.
Os critérios de inclusão para o estudo foram idade acima de 18 anos; diagnóstico conforme critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders(DSM-5) para episódio depressivo (único ou recorrente), sem sintomas psicóticos, baseado em avaliação clínica e registros em prontuários; documentados através da Mini-International Neuropsychiatric Interview, não ter respondido a duas intervenções medicamentosas em pace (≥ 8 semanas) e dosage adequadas de acordo com Massachusetts General Hospital Antidepressant Treatment Response Questionnaire ( MGH ATRQ).
Intervenções não contempladas no questionário, como estratégias de potencialização ou outros antidepressivos, foram consideradas falha terapêutica caso fossem regulamentadas como tratamento para Transtorno Depressivo Maior. O estudo foi conduzido em 22 localidades em dez países da Europa entre março de 2019 e setembro de2021
Pacientes elegíveis foram acompanhados de três a seis semanas antes do começo do ensaio, encontrando-se com um terapeuta no mínimo três vezes para criar vínculo, receber psicoeducação e preparar-se para a experiência com psicodélico. Antidepressivos e outras medicações com ação no sistema nervoso main foram descontinuadas até no mínimo duas semanas antes do início do ensaio clínico. Participantes que continuaram preenchendo os critérios de inclusão durante este período foram randomizados para grupos que receberiam uma dosage de 25 mg, 10 mg ou 1 mg (controle) de psilocibina. A sessão de administração durou de seis a oito horas, com o terapeuta primary que havia preparado o participante para a intervenção e um terapeuta assistente presente.
O ensaio clínico seguiu os pacientes por 12 semanas após o tratamento. Participantes receberam duas sessões de integração, no dia 2 e após uma semana. O objetivo das sessões de integração period apoiar os participantes na obtenção de seus próprios insights e soluções a partir da experiência com a psilocibina. Foi solicitado aos participantes que permanecessem sem antidepressivo nas primeiras três semanas após a administração, mas as medicações poderiam ser iniciadas a qualquer momento do ensaio se consideradas necessárias por um médico participante do mesmo.
Resultados
O desfecho primário foi alteração do escore overall da MADRS do standard para a semana 3. A MADRS foi administrada por telefone no standard, no dia 2, nas semanas 1, 3, 6, 9 e12 Os desfechos secundários foram resposta (diminuição ≥ 50% no escore overall da MADRS), remissão (escore overall da MADRS ≤ 10 na semana 3) e resposta sustentada (resposta da semana 3 mantida na semana 12).
A segurança da intervenção também foi registrada, com os efeitos colaterais sendo questionados em todos os atendimentos, com ideação suicida e auto-mutilações, mesmo sem intenção suicida sendo considerados efeitos adversos tombs. Também foi realizado avaliação de sinais vitais ( standard, dia 1 e 2), exames laboratorias ( screening, dia 2 e 3) e ECG (dia 2).
Duzentas e trinta e três pessoas participaram do ensaio clínico, com 79 recebendo 25 mg de piscilocibina, 75 recebendo 10 mg e 79 recebendo 1 mg. Na 12 ª, 5 participantes do grupo de 25 mg, 9 do grupo de 10 mg e 10 do grupo 1 mg