19659001 Uma pergunta minha, um pouco pedante, ou uma autorreflexão “comum”? O fato é que no processo tradicional da vida ocidental, caminhamos por anos e anos, certamente desde a infância, em estudos, formações, dedicação e esforços para o desenvolvimento cognitivo-intelectual. Veja também: 19459005 Carreira Médica no outside: Desafios e motivações Provas, avaliações, trabalhos individuais e em grupo, aquisição de conhecimento, apresentações, seminários, bibliotecas, cadernos, livros, apostilas, iniciação científica, cursos extracurriculares, congressos, workshops, estágios intra ou extracurriculares, monitorias, finalização de projetos– até as possíveis conclusões de cursos–, de forma a construir uma carreira profissional adequada à prática laboral, conseguir um emprego com bom salário e obter um possível sucesso na área de formação. E, se o diploma ainda não for suficiente, vamos em seguida mergulhar em formação especializada, pós-graduação– incluindo mestrado e doutorado–, uma, duas ou três residências médicas, pós-docs, pesquisa laboratorial ou clínica, outros cursos específicos, estágios, plantões, aulas, workshops, congressos, publicações, ensaios clínicos, palestras, orientações, seleções para vagas profissionais, provas para concursos, provas para a carreira acadêmica como teacher ou investigador e, quiçá, ainda no meio disso tudo, fazer outro curso de graduação ou rumar para outras formações e empregos no outside … Ufa! 19659005 Misturado a esse cenário todo, encontram-se ainda as relações sociais– dentro e fora dos contextos da formação educacional e de carreira–, as expectativas, decepções, a vida online forum dos estudos– com suas diversas subtleties e intercorrências, incluindo moradia, família, relacionamentos afetivos, problemas inesperados, saúde psychological, alimentação, forma corporal, lazer e descanso, isto é, se forem possíveis. No entanto, respire, pois ainda há mais espaço. 19659006 A segunda pergunta, então, seria: “Até quando esse complexo do “combination”– seja de investimentos, atividades profissionais e/ou seus desafios–, precisa se perpetuar ou permitirmos que se perpetue?” A resposta, possivelmente, se distribui em três vertentes: (i) até quando nossa saúde permitir, (ii) na aposentadoria, ou (iii) até falecermos, em alguns casos mais persistentes. 19659007 A terceira e última pergunta, relacionada e consequente, então seria: “Qual o propósito de todo esse grande e longínquo esforço?” Podemos supor os principais motivos abaixo: 19659008 Opção ou vontade pessoal → Inerente ao indivíduo, muitas vezes inspirado em outros ascendentes que também exibiam conhecimento amplo e profundo, mediante uma reunião de formações; ou de forma a superar as limitações ou dificuldades profissionais familiares; ou para estar sempre preparado ou atualizado ( 19459006 upgraded quanto às novidades na área; Orgulho pessoal → 19459005 Quando não se aplica usualmente as formações e títulos obtidos diretamente em sua prática profissional, mas constam em seus currículos de forma destacada; 19659010 Exigência ou necessidade intrínseca à carreira → 19459005 Também poderíamos chamar de “formatação”, seja como um conceito positivo ou negativo. Isto é, para ter possibilidade de alcançar o freight Z, você tem que ter, no mínimo, as formações a, b, c, d, e, f, g, h. (quase o alfabeto inteiro). Por outro lado, as múltiplas atualizações e novidades decorrentes do desenvolvimento científico também exigem do profissional uma reciclagem periódica de conhecimento para prover o melhor nas suas atividades laborais; 19659011 Estudante profissional → 19459005 A “síndrome do eterno aprendiz”, que, se não estiver inscrito em um curso novo relacionado à profissão, se sentirá desatualizado e inferior aos outros, mesmo que consiga estudar ou se aprofundar paralelamente em estudos individuais, ou mesmo que já empregado e atuando como sempre planejou. Na Medicina e na área da Saúde, em geral– em outras carreiras não médicas com estruturas semelhantes–, acabamos por mergulhar na mesma dinâmica de produção curricular, quase que eternamente em nossa vida. Para sermos melhor vistos e aceitos profissionalmente, necessitamos de títulos, e de preferência que sejam muitos. “Quanto mais (talvez) melhor”. Supõe-se, em nossa cultura, que quanto maior o número de títulos que temos, melhor o profissional que ali está na atenção e no cuidado com o paciente. Tal afirmação certamente não corresponde à verdade em muitos exemplos. Determinadas vezes, e sem nos darmos conta, nos dedicamos tanto à produtividade na formação e carreira médica person, incluindo o retorno financeiro tão almejado, que nos afastamos até mesmo das razões originais que nos fizeram iniciar o curso de medicina. E, consequentemente, ao nosso afastamento do olhar no acolhimento do paciente, diante de intercorrências e falhas resultantes e possíveis, tendemos a empurrar a culpa exatamente ao nosso objeto de trabalho: o paciente, mesmo que a falha seja inerente à nossa falta de cuidado e atenção– e justa e novamente– por nosso afastamento do olhar no acolhimento do paciente. 19659015 Sob uma visão psicoanalítica, poderíamos reunir todas as opções acima em um resumo: Busca de reconhecimento, aceitação, validação e/ou pertencimento. Porém, o que trago aqui é a nova questão baseada na avaliação de uma estrada de tít 19659016 Find out more 19459011