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Segurança do uso de TDF para tratamento de hepatite B crônica 

ByRomeo Minalane

Sep 13, 2023
Segurança do uso de TDF para tratamento de hepatite B crônica 

O número de mortes relacionadas à infecção pelo HBV (agente etiológico da hepatite B) apresentou um aumento entre os anos de 1990 e 2013, principalmente devido a cirrose e a carcinoma hepatocelular, estando estimado em 820 mil por ano. 

A supressão viral com terapia antiviral é capaz de evitar a progressão para essas complicações e os avanços nas medicações têm sido associadas à melhora significativa no prognóstico da infecção pelo HBV e a regressão de fibrose e cirrose. 

Leia também: Hepatite B: o que todo médico precisa saber sobre o diagnóstico e manejo

O uso de tenofovir (TDF) é considerado como terapia de primeira linha, com excelente atividade contra HBV, mas não é capaz de eliminar o reservatório viral, o que exige manutenção com uso contínuo. Considerando esse fato, uma preocupação que cresce entre os profissionais que cuidam de pessoas infectadas pelo HBV é o desenvolvimento de eventos adversos a longo prazo. 

Os dados em relação à segurança do uso de TDF em monoterapia ainda são escassos na literatura. Baseado nisso, um estudo publicado na Open Forum Infectious Diseases buscou avaliar os efeitos do uso de TDF na função renal de pacientes com infecção crônica pelo HBV na Etiópia. 

Materiais e métodos 

Eram elegíveis para o estudo pacientes adultos, com diagnóstico de HBV e sem carcinoma hepatocelular ou doenças terminais, encaminhados para um hospital terciário de referência na Etiópia. 

A indicação de tratamento seguiu os guidelines da EASL vigentes à época, que considera como elegíveis para terapia antiviral: cirrose descompensada (evidência presente ou passada de ascite, varizes esofagianas, encefalopatia ou icterícia), cirrose compensada (confirmada por ultrassom e/ou elastografia), fibrose significativa e carga viral > 2.000 UI/mL, inflamação hepática moderada/grave (TGP > 80 U/L) e carga viral > 2.000 UI/mL, e carcinoma hepatocelular entre parentes de primeiro grau e carga viral > 2.000 UI/mL. 

Da coorte de 1.303 indivíduos referenciados, 290 iniciaram terapia com TDF. Desses, 233 fizeram o tratamento por pelo menos 12 meses, tinham avaliação de creatinina ≤ 12 meses antes de iniciar a terapia com TDF e tinham pelo menos mais uma avaliação de creatinina após o início do tratamento. Outros 126 pacientes consecutivos e que não apresentavam indicação de tratamento foram incluídos como controles. 

Resultados 

Foram incluídos 359 participantes: 233 em uso de TDF e 126 sem uso de TDF. Os grupos eram semelhantes em relação à idade, mas a proporção de homens era maior no grupo que estava em tratamento (75% vs. 48%, respectivamente). Aproximadamente um terço dos participantes com TDF tinham cirrose descompensada comparado com nenhum no grupo controle. Os níveis de creatinina e o tempo de seguimento também foram semelhantes entre os grupos. 

Em ambos os grupos, houve aumento na mediana dos níveis séricos de creatinina e redução no clearance de creatinina ao longo do tempo. No grupo em uso de TDF, as mudanças na creatinina sérica e no clearance de creatinina foram semelhantes em homens e mulheres, mas com menores valores para as mulheres. Não houve diferença nos níveis de creatinina e no clearance de creatinina entre os que tinham e não tinham cirrose descompensada. 

Não houve mudança nos níveis séricos de creatinina em pacientes com TDF e um aumento pequeno nos sem TDF. O clearance de creatinina diminuiu nos dois grupos, mas de forma mais acentuada no grupo sem TDF. Quando se analisou somente o grupo em tratamento, encontrou-se que o aumento na creatinina e diminuição no clearance de creatinina ocorreram nos primeiros 12 meses após início da terapia, com redução discreta na creatinina sérica e nenhuma alter

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