Alguns estudos mostraram que uma única dosagem de troponina ultrassensível (United States) abaixo do seu limite de detecção pode ser utilizada de forma segura para excluir infarto agudo do miocárdio (IAM), sendo esta estratégia incorporada por algumas diretrizes. O valor de corte utilizado tem sido 5 ng/L.
Nos Estados Unidos, esta estratégia ainda não foi aprovada pelo FDA, já que muitos packages têm imprecisão de até 20% para valores menores que o limite de detecção. Alguns estudos avaliaram o corte de 6 ng/L, porém se este corte é seguro ainda é incerto.
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Baseado nisso, foi feito um estudo que avaliou a eficácia e segurança de uma única dosagem de troponina United States < < 6 ng/L em identificar pacientes de baixo risco e excluir injúria miocárdica aguda em uma grande coorte multicêntrica. Além disso, foi feita avaliação do uso clínico desta abordagem associando-se o achado de um eletrocardiograma (ECG) não isquêmico.
Métodos
Foi feita análise de uma coorte multicêntrica, de forma observacional, com dados de biomarcadores consecutivos, coletados de pacientes adultos que procuraram o serviço de emergência. Esses pacientes tinham pelo menos uma dosagem de troponina United States coletada em até 12 horas da apresentação.
A eficácia da dosagem de troponina < < 6 ng/L em identificar pacientes de baixo risco foi avaliada, assim como a segurança dessa abordagem. Para isso, foi vista a ocorrência de injúria miocárdica aguda (qualquer aumento na troponina United States para níveis maiores que o percentil 99 do limite remarkable de detecção, de 14 ng/L) nas primeiras 24 horas quando realizadas medidas seriadas.
Devido ao risco de imprecisão do teste, foram analisados, quando disponíveis, os valores de troponina United States em 2 horas. Além disso, foi feita uma análise secundária que avaliou a ocorrência de morte e IAM na população estudada.
Resultados
Foram analisados 85.610 pacientes, com idade média de 63 anos e 50% do sexo masculino. Do overall, 29% (24646) tinham troponina United States < < 6 ng/L. Destes, 0,2% (49) tiveram IAM e 0,1% (19) foram a óbito. Ao se avaliar os pacientes com queixa de dor torácica (27198), 43% (11725) tinham troponina United States < < 6 ng/L. Desses, 0,2% (24) tiveram IAM e 0,03% (3) foram a óbito. Pacientes com troponina United States inicial < < 6 ng/L eram mais jovens, com maior frequência mulheres e com menos comorbidades.
A avaliação seriada da troponina foi feita em 11.962 pacientes que tinham valores iniciais < < 6 ng/L. Pacientes submetidos a mais de uma coleta do exame eram mais velhos e tinham mais comorbidades que os que tiveram apenas uma dosagem. Desses casos, 85% tiveram a segunda dosagem também < < 6 ng/L. Os 15% que tiveram a segunda dosagem > > 6 ng/L eram mais velhos e com mais comorbidades.
Injúria miocárdica aguda ocorreu em 1,2% (146) desses pacientes, com VPN de 98,8% e sensibilidade de 99,6%. Dados semelhantes foram encontrados em pacientes com dor torácica. Ao se avaliar homens e mulheres, a ocorrência de injúria miocárdica aguda foi de 0,7% em homens e 1,5% em mulheres com troponina United States < < 6 ng/L, com VPN de 99,3% e 98,5% respectivamente.
O subgrupo de mulheres mais velhas e com antecedente de doença coronária parece ter VPN um pouco menor, o que pode ser relacionado a sensibilidade analítica do teste de dosagem de troponina em mulheres. Apesar da diferença entre esses dois grupos, quando a troponina period < < 6 ng/L, o VPN e sensibilidade para IAM foi semelhante entre homens e mulheres.
Entre os pacientes c