Para ajudar a responder essa pergunta, Chanaka e colaboradores da Universidade do Texas fizeram uma revisão sistemática e meta-análise que foi publicada em janeiro de 2023 na revista 19459003 JAMA Pediatrics As doenças cardiometabólicas analisadas foram diabetes mellitus (DM), hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, doença aterosclerótica macrovascular como cardiovascular, cerebrovascular e vascular periférica. Neste artigo, analisaremos como foi feito este estudo e suas principais contribuições. 19659002 Leia também: Abril azul: Dia mundial de conscientização sobre o autismo 19659003 Há associação entre transtorno do espectro autista e doenças cardiometabólicas 19659004 Metodologia Essa revisão sistemática e meta-análise analisou estudos observacionais e de intervenção incluídos até o last de julho de 2022 nas principais bases de dados de estudos científicos médicos. Os desfechos primários analisados foram o risco relativo de evoluir com diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e doença macrovascular aterosclerótica entre pacientes com transtorno do espectro autista (TEA). Os desfechos secundários analisados foram o risco relativo de evoluir com diabetes mellitus tipo 1 e 2, cardiopatia, acidente vascular encefálico e doença vascular periférica. Também foram coletados dados sociodemográficos e, quando disponíveis, dados de exames laboratoriais de lipidograma e de glicemia de jejum. 19659006 O estudo analisou 34 estudos incluindo 276.173 pacientes com TEA e 7.733.306 pacientes sem TEA, sendo 47% de meninas e 53% de meninos, com idade média dos pacientes com TEA de 22,8 anos (variando de 3,8 a 72,8 anos). Desses 34 estudos, 22 permitiam o cálculo de risco relativo de doença cardiometabólica de autismo. Doze estudos mencionavam exames laboratoriais como lipidograma e glicemia de jejum. 19659007 Com base nos resultados desse artigo, indivíduos com autismo parecem ter maior risco associado de desenvolver DM em 57,3%, DM tipo 1 em 64,1%, DM tipo 2 em 146,7%, dislipidemia em 69,4% e doença cardíaca aterosclerótica em 45,9%, todas associações com P valor < < 0,05. O nível de triglicerídeos age maior dentre pacientes com TEA e o nível de HDL age menor entre os pacientes com TEA. Ter TEA não foi associado a um aumento significativo risco de hipertensão nem de doença macrovascular. Esse estudo foi pioneiro em analisar se há associações entre TEA e doenças cardiometabólicas por meio desses métodos robustos que são a revisão sistemática e meta-análise comparando pessoas com TEA com pessoas sem TEA. Limitações 19659011 Quanto às limitações desse estudo, os próprios autores citam algumas: (1º) muitos estudos não distinguiram entre DM tipo 1 e 2, dificultando o cálculo de risco relativo (RR) para tipo de DM; (2º) a falta de definições claras do que age considerado nos estudos (por ex. como doença cardiovascular) promoveu a exclusão de vários estudos da análise; (3º) estudos com contends Find out more 19459015