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Choque cardiogênico na gestação: o que devemos saber?

Byindianadmin

Oct 21, 2023
Choque cardiogênico na gestação: o que devemos saber?

19659001 Nos últimos anos ocorreu redução de morte materna por condições relacionadas a gestação, como pré-eclâmpsia e hemorragia pós-parto. Porém, a morbimortalidade por causas não obstétricas não teve essa mesma redução. Em alguns países, como o Reino Unido, doença cardíaca é a primary causa de óbito na gestação e a maior parte delas decorre de doenças adquiridas do coração. Assim, foi publicada recentemente uma revisão sobre choque cardiogênico na gestação realizada com alguns dados desse país. Abaixo seguem os principais pontos. 19659002 19659003 Veja também: 19459005 Apresentação clínica da embolia paradoxal: o que devo saber? choque cardiogênico Causas do choque cardiogênico 19659006 Por definição, o choque cardiogênico é uma síndrome clínica caracterizada por débito cardíaco inadequado em decorrência de insuficiência do ventrículo esquerdo (VE), ventrículo direito (VD) ou dos dois e resulta em hipoperfusão orgânica. É condição de alta mortalidade (até 40% em 30 dias). 19659009 Na gestação, podemos dividir os precipitantes de choque cardiogênico em: 19659010 Causas previsíveis: doença coronária isquêmica crônica, hipertensão pulmonar, cardiomiopatia dilatada com fração de ejeção (FE) reduzida ou presença de fatores de risco cardiovasculares, entre outras. Causas imprevisíveis: 19459005 doença isquêmica aguda, dissecção de coronária, embolia pulmonar, embolia de líquido amniótico, arritmias, miocardiopatia periparto, entre outras. 19659015 Registros mostram que 75% das mulheres que morreram de causa cardiovascular não sabiam ter doença de base. Uma parte delas tinha sintomas que não foram investigados ou foram atribuídos à própria gestação e quando investigados, o enfoque foi em excluir diagnósticos de alto risco e não em chegar a um diagnóstico definitivo. 19659016 19659017 Confira algumas informações sobre causas específicas: 19659018 19659019 Miocardiopatia periparto Sua incidência varia de 1-100 por 10 mil nascidos vivos e a mortalidade é de 5-25% em 1 ano. A etiologia é multifatorial, com influência de fatores genéticos e ambientais. Parece haver envolvimento de alterações no gene TTN, que codifica a titina (responsável pela estabilização dos miócitos e encontrada em algumas miocardiopatias familiares), assim como de efeitos hormonais da gestação no sistema cardiovascular. 19659022 Os principais fatores de risco são idade materna avançada, multiparidade, gravidez múltipla e doença hipertensiva da gestação (DHG). Ocorre tipicamente no last da gestação ou até 6 meses pós-parto e o diagnóstico é de exclusão. Se manifesta como miocardiopatia dilatada com disfunção do VE e redução da FE para valores menores que 45-50%. Em alguns casos pode evoluir com choque cardiogênico. 19659027 Embolia de líquido amniótico 19659028 Situação extremamente rara, na qual o choque cardiogênico decorre de reação anafilactóide ao líquido amniótico, lanugo, vernix ou mecônio em contato com a circulação materna, que desencadeia uma cascata de eventos e culmina em parada cardiorrespiratória e coagulopatia intravascular disseminada. Vasoespasmo arterial pulmonar pode levar a disfunção e dilatação ventricular direita, que repercute no VE e afeta a função sistólica e o débito cardíaco. Tromboembolismo pulmonar 19659032 19659033 Gestantes têm risco de tromboembolismo pulmonar quatro a cinco vezes maior que a população geral e esse risco aumenta ainda mais no período pós-parto. Esta condição pode gerar hipertensão pulmonar aguda e sobrecarga do VD, com evolução para choque cardiogênico. 19659034 19659035 Fatores de risco cardiovasculares 19659036 19659037 O número de gestantes com idade mais avançada é cada vez maior, o que faz com que seja cada vez mais frequente a presença de hipertensão, diabetes e obesidade, que podem ser conhecidos previamente ou ser diagnosticados na própria gestação. A presença desses fatores de risco aumenta a possibility de doenças como infarto agudo do miocárdio (IAM). 19659038 Pacientes com fatores de risco conhecidos devem ser avaliadas e encaminhadas para o especialista se necessário. Existem escores para estratificar o risco de as gestantes com cardiopatias congênitas ou adquiridas evoluírem com descompensações, como o CARPREG I e II, o ZAHARA e o mWHO. A gestação raramente é contraindicada, mas deve ser acompanhada para detecção de descompensações e possibilidade de tratamento adequado. 19659040 Doença coronária 19659043 A incidência de IAM é de aproximadamente 0,7 por 100 mil gestantes, com baixa taxa de mortalidade e maior proporção de dissecção espontânea de coronárias que na população em geral (até 43% dos casos de IAM na gestação). Pacientes com dissecção de coronária prévia à gestação também parecem ter maior risco, porém o conhecimento nessa área ainda é limitado. 19659045 Hipertensão pulmonar e miocardiopatia dilatada 19659047 A mortalidade materna decorrente de hipertensão pulmonar é bastante alta, chegando a 50% na síndrome de Eisenmenger, situação na qual a gestação é contra-indicada. A miocardiopatia dilatada prévia na gestação também é de risco e os fatores associados a maior opportunity de descompensação são FEVE < < 20%, insuficiência mitral, insuficiência de VD, fibrilação atrial e hipotensão. Pode ser necessário antecipar o parto para possibili 19659048 Learn more 19459018

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