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Tratamento de diabetes mellitus na adolescência: empaglifozina ou linagliptina?

ByRomeo Minalane

Mar 15, 2023
Tratamento de diabetes mellitus na adolescência: empaglifozina ou linagliptina?

19659001 A prevalência do diabetes mellitus (DM) vem aumentando em todas as faixas etárias. Nos últimos anos, sobretudo atrelado aos hábitos de vida atuais e ao aumento na incidência da obesidade, estamos vendo cada vez mais casos de DM2 em crianças e adolescentes, fato incomum até poucas décadas atrás. Hoje, se faz necessário realizar um diagnóstico diferencial abrangente entre as principais causas de diabetes nessa faixa etária (DM1 x DM2 x MODY). Além disso, é sabido que quanto antes o DM2 se desenvolve, maior é o risco de complicações relacionadas ao diabetes e pior é o controle glicêmico na fase adulta 19659003 Leia também: 19659004 Revisando a diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes: epidemiologia e complicações 19659005 Na contramão, as terapias para esse grupo etário, no entanto, ainda carecem de maior evidência quanto à sua eficácia e segurança, visto que grande parte dos ensaios clínicos randomizados (RCTs) realizados para aprovação dos antidiabéticos, orais ou injetáveis, não incluem obrigatoriamente essa faixa etária. Buscando responder uma dessas lacunas da literatura, foi publicado no Lancet Diabetes da edição de março/ 23 o estudo DINAMO , que buscou avaliar justamente a eficácia e segurança no uso da empagliflozina, um inibidor de SGLT-2, e a linagliptina, um inibidor de DPP-4, no tratamento de diabetes em crianças e adolescentes. 19659011 médico utilizando caneta de medição de açúcar no sangue em criança com diabetes Métodos O estudo buscou entender qual seria o melhor tratamento de diabetes para adolescentes entre empagliflozina e linagliptina, sobretudo como terapia “add-on” , ou seja, uma segunda medicação após o uso de metformina. Para responder a essa pergunta, foi realizado um RCT multicêntrico (108 centros espalhados pelo mundo, incluindo 17% da população advinda da América do Sul), controlado por placebo, realizado entre 2018 e 2022. 19659015 Foram selecionados crianças e adolescentes, entre 10 e 17 anos, com diagnóstico de DM há pelo menos 8 semanas, com A1c entre 6,5 e 10,5%, tratados previamente com metformina ou insulina. A média de A1c dos participantes ao início age de aproximadamente 8%. Foram excluídos pacientes com DM1 ou com uso de outras medicações que não metformina ou insulina nas últimas oito semanas. 91% dos participantes usavam metformina ou metformina + insulina, 3% apenas insulina e 6% não recebiam nenhum tratamento além de recomendações sobre mudanças no estilo de vida por intolerância à metformina. Ao last, 158 participantes foram randomizados. Os participantes foram randomizados 1:1:1 entre os grupos de empagliflozina 10 mg. (EMPA), linagliptina 5 mg (LINA) e placebo. No grupo empa, aqueles que não atingissem uma hemoglobina glicada (a1c) < < 7% em 14 semanas eram submetidos a uma segunda randomização, onde metade period mantida com 10 mg e a outra metade aumentava a dosage para 25 mg/d. Ao last, 24 pacientes foram rerrandomizados por não atingir o objetivo de A1c < < 7% (aprox. 50%). 19659019 Os participantes do grupo placebo foram rerrandomizados na semana 26 para um dos grupos (linagliptina, empa 10 ou empa 25 mg). 19659021 O Endpoint primário age simples: A1c na semana 26 (para o desfecho primário, o grupo empagliflozina foi analisado como uma verificação agrupada. 19659024 Resultados 19659026 Ao last de 26 semanas, 10,8% dos participantes descontinuaram as medicações precocemente. Para o desfecho primário (redução de A1c na semana 26), a diferença média na semana 26 para o basal no grupo empagliflozina foi de-- 0,84% versus placebo (- 1,5 a-- 0,19; IC 95%; p = 0,012), e no grupo linagliptina, não houve diferença estatisticamente significativa comparado ao placebo:-- 0,34% (- 0,99 a 0,3; p = 0,29). Já com relação aos desfechos secundários mais relevantes: 19659029 19659031 Alteração na glicemia de jejum basal versus 26 semanas comparado ao placebo:-- 35,18 mg/dL (-11,74 a-- 58,61) no grupo Empa e-- 5,41 (-28,49 a +17,67) no grupo Lina 19659032 19659033 Peso:-- 0,75 kg (- 2,68 a 1,19) no grupo Empa e +1,46 kg (-0,48 a 3,41) no grupo Lina Na análise descritiva pré-especificada após a rerrandomização de pacientes em uso da empagliflozina que não atingiram A1c < < 7% em 14 semanas, para dosages de 10 mg (N = 15; 32%) ou 25 mg (N = 16; 34%), não houve diferenças entre ambas as dosagens para esse período, mas é possível que isso tenha acontecido pelo N pequeno e pelo curto período de pace analisado. De qualquer forma, a segurança entre ambas as dosages foi parecida, não havendo diferença em eventos adversos entre elas. 19659037 Considerações Quanto à segurança, eventos adversos ocorreram em 40 participantes do grupo empa (77%), 37 no grupo lina (71%), mas também em 34 indivíduos do grupo placebo (64%), sendo que eventos graves ocorreram em apenas 2 pacientes (4%) no grupo placebo e em 1 em cada um dos demais grupos. O principal efeito colateral observado foi hipoglicemia, mas nenhuma hipoglicemia serious foi reportada. 19659040 Conclusão 19659043 Já é sabido dos estudos em adultos que, apesar de drogas seguras e interessantes sobretudo em pacientes com maior risco de hipoglicemia e disfunção kidney, os inibidores de DPP-4 tem um potencial relativamente baixo em redução de glicada. Um dos estudos do grupo GRADE, apresentado no congresso da American Diabetes Association (ADA) em 2021 e revisado aqui no portal 19659045 já havia demonstrado que a s Learn more

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